Bob - Um amigo, um querido, um tudo.

Pouca gente sabe dessa história, mas a AMA começou pra mim, com este animal, Bob. Fui visitar a Ama com uma colega de sala da faculdade, nós iriamos fazer uma materia para a Tv na qual a gente participava de um programa. Antes da entrevista, nós ficamos perambulando pelo lugar, ai eu o vi, num banheiro desativado. Fiquei intrigada, pois ele não saia do lugar, mas arecia muito incomodado comigo ali e latia - seu caracteristico latido rouco - enfurecido. Quando fui fazer-lhe um carinho, ele me mordeu... hehehe. Perguntei o por que de ele não mover-se e então Nice, a presidente da Ama me disse que ele era paralitico, tinha sido atropelado e estava ali ha duas semanas. "Não voltará a andar" - disse ela.

Minha colega Mariela e eu então começamos a ver as possibilidades de dar a Bob uma cadeirinha de rodas... mas, como muita gente deve saber, elas são caras, fora do orçamento de muito protetor de animais. Então mariela encontrou na internet o modelo em PVC. Na Ama existiam 4 animais que estavam na mesma condição de Bob, necessitados de uma cadeirinha de rodas. Logo depois de Bob, conhecemos Amarelinha, que, por causa de uma amputação mal feita, ficava se arrastando no chão. tinha uma ferida enorme e os ossos das duas patas, expostos. Então resolvemos que a cadeirinha para Bob ficaria para depois, pois parecia-nos que o caso de Amarelinha era mais delicado. Também tinha a cadela Vida, que tinha as patas ensopadas de sangue, mesmo com os curativos - resumindo!!!! tinha muito animal necessitado. A primeira cadeirinha ficou pronta e então levei para podermos testar em Amarelinha. Foi uma tristeza... ela não se adaptou, ficou assustada com o barulho que a cadeirinha fazia e sempre saia correndo e batendo a cabeça na parede. Testamos em todos os animais e por fim, Nice disse: Poderíamos testar em Bob. Ah, sim... Bob, aquele que tinha me dado uma dentada dolorosa. Receosa, enquanto Nice o segurava, eu coloquei a cadeirinha nele. Assim que Nice o soltou, eu sai correndo, pois se ele conseguisse andar, muito provavelmente viria pra cima de mim e me morderia novamente. Então a coisa mais linda do mundo aconteceu: Bob andou naturalmente na cadeirinha, como se ela tivesse sido feito sob medida para ele. E veio na minha direção. Fiquei encurralada no beco,enquanto ele se aproximava. Quando chegou perto de mim, ele esregou a cabeça amarela nas minhas pernas e ficou a me olhar por um instante. Estaria aquele adorável brigão, que ninguem podia pegar, a não ser Nice, a me agradecer.

- Vai andar, garotão. - eu disse-lhe, logico, emocionada. Ele piscou, ainda de olhos colados nos meus e depois disparou pelo quintal. A gente tinha prendido todos os outros, pois Bob é terrível, poderia morder algum deles. Bob saiu, de canil em canil, latindo ferozmente para todos. Depois olhava pra tras, para se certificar de que eu estivesse olhando para ele.

Foi uma das coisas mais lindas que eu já vi. Aquele lindo animal, agradecendo, me olhando significativamente, me mostrando que ele estava feliz por ter feito a cadeirinha. Agora vem a pergunta: como que ele sabia que eu que fiz a cadeirinha? um dos muitos misterios envolvendo os animais. Depois desse dia, Bob e eu tivemos muuuuitos momentos maravilhosos, que posteriormente eu contarei aqui no blog. Costumávamos fazer longas caminhadas... as vezes, quando eu estava triste eu gostava de dizer que ele me levava pra passear ao inves do contrario. Costumávamos conversar muito (risos) e ele adora capim e lama. Se não fosse cachorro, seria Boi ou porco.

Vou colocar algumas fotos desse meu amado, muito amado, Bob. Que Deus ainda permita que você possa morar comigo, meu lindo.